Estava lendo a entrevista da Adriane Galisteu na revista Nova de Dezembro enquanto almoçava (detesto, mas detesto mesmo, sentar a mesa sozinha) e percebi o quanto a mistificação da midía sobre as pessoas faz com que imaginemos o que algumas pessoas, e aqui digo que não apenas as que são alvo constate da midía mas aquele seu vizinho sempre sorridente, por exemplo, parecem não ter problemas.
Ela teve um problema de saúde relativamente sério e graças a ele, percebeu que era necessário mudar algumas coisas em sua vida.
Como ela, acho que todo mundo, com ou sem esses solavancos que a vida dá, tem esse momento.
As vezes você não percebe que algo na sua vida não vai tão bem e que precisa fazer algo para alterar isso. E normalmente nunca se sabe o que fazer, somente que algo tem que ser feito.
Essas inquietações são o primeiro passo para dar aquela guinada que precisamos e que provavelmente a acomodação não nos permitiu fazer.
Mudar dá medo.
É sempre um desafio mudar a direção do leme e navegar num mar desconhecido.
Lembro de uma vez, tempos atrás de uma historia que aconteceu comigo.
Foi um término de relação que me fez sacudir a poeira e perder peso. Primeiro porque fiquei tão mal que não consegui comer, mas ai gostei tanto do resultado que cheguei a pensar em voltar só para brigar de novo (não, não seria por amor... Eu sabia que não daria mais certo) e continuar perdendo peso. Não fiz isso, claro, mas a partir dai resolvi cuidar mais de mim.
Não foi um processo imediato.
Foi gradativo.
Primeiro as roupas... Percebi que poderia ser menos basicona, menos moleca e ser mais feminina. No mundo e tempo em que vivemos as vezes feminilidade é confundida erroneamente com fragilidade. Difícil encontrar o equilíbrio.
Depois as coisas foram acontecendo aos poucos...
As unhas vermelhas pelo menos 2 vezes no mês (até porque mais que isso escurece as unhas...), pelo menos um batom pra sair, perfume (comprei um perfume novo depois de anos com os mesmos) e "n" outras coisas...
Essas mudanças me trouxeram vontades novas.
Viajei, conheci novos lugares, experimentei novos sabores (e engordei de novo, diga-se de passagem - ô sina), comprei coisas diferentes, li novos tipos de livros, me interessei por novos projetos, voltei a dançar, tomei porres, paquerei horrores, lavei a alma e cuidei somente de mim.
Foi um período glorioso!!
Aprendi tanta coisa, mas tanta coisa que aceitaria toda a dor que senti (e como sempre falo "a dor é necessária, mas o sofrimento opcional") só para aprender ainda mais.
Cresci absurdos.
Quando parei para olhar para dentro de mim com os meus olhos mesmo, não através do olho alheio, descobri uma pessoa que gosto muito de ser.
Inteligente, batalhadora, forte, divertidissima (quase inconveniente!!), engraçada, realista, indecisa, mas nem por isso mole, preguiçosa mas ativa...
Descobri uma pessoa que me fazia feliz. Descobri minha felicidade em mim. Ao meu alcance!!!
Olhava no espelho e via as espinhas dessa eterna puberdade, mas os olhos brilhando então em sentia linda.
Via uma unha com o esmalte vermelho descascando e me lembrava do susto dos outros por me ver com aquela cor e esperava chegar em casa para corrigir sem grilos.
Aprendi a ver, mas ver messssmo, o lado bom de tudo.
Aprendi a me cobrar menos.
A aceitar que o mundo não dança a minha música.
E foi a melhor descoberta de todas.
Acho que quando a gente aprende a se perceber, o mundo passa a nos perceber de forma diferente. Passam a ver a pessoa que nos somos de verdade e essa é sempre mais bonita que a pessoa que queremos fazer de conta que somos. Sabe porque? porque essa é real.
Essas conclusões foram resultado, inegavelmente, de um período de introspecção onde eu me vi de verdade.
Tem milhares de coisas que quero mudar.
Eu quero ser um ser humano infinitamente melhor do que sou agora, mas o querer já é uma grande passo.
Estou fazendo mudanças, colhendo os frutos que plantei, cheia de novas ideias, projetos, vontades... Mas estou construindo cada pequena coisa.
Não adianta querer e não se mexer porque nada vem pronto.
Ninguém é tão forte que possa fazer tudo sozinho e não precise de ajuda, aprender a pedir ajuda é se fortalecer ainda mais.
Ninguém é tão fraco que não possa começar algo sozinho e preciso sempre de alguém lhe dando a mão.
O segredo é olhar dentro de si mesmo.
"Todas as maravilhas que precisas estão dentro de ti."
E são essas mesmas maravilhas que os outros vão enxergar em você assim que você reconhece-las e permitir que elas aflorem.
Problemas todos tem o tempo todo (inclusive eu, a Adriane Galisteu, o vizinho sorridente, o dono do Audi TT , o cara da mansão de 5 milhões em Alphaville, o Bill Gates...), só que eles fazem desses problemas escadas e etapas para serem maiores e mais felizes.
Sorrir ainda é de graça. E sempre faz toda a diferença.
Não sou nenhum guru e sinceramente sou capaz de enumerar pelo menos umas 5 pessoas que adoraria que ver, no minimo, sem dente, mas espero que essa mensagem chegue no seu destino. E que, apesar dos dentes serem o minimo, faça alguma diferença.
Fé, força e sorte para vocês.
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escrito por Marina Menezes e publicado no blog: http://meninadesorte.blogspot.com
Há 8 anos
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